Projeto 365 Fotos

Estou iniciando hoje, 01/01/2013, o Projeto 365 fotos.

Todos os dias publicarei uma foto e farei um breve comentário. Será a visão de uma amadora que ama fotografar e significar. Espero que gostem e acompanhem esse ano de magia e imagens, contribuindo com seu importante e bem-vindo comentário.

sábado, 13 de junho de 2009

Nosso maior medo

"Nosso medo mais profundo não é o de não sermos adequados. Nosso medo mais profundo é o de sermos poderosos além da medida. É a nossa luz, e não a escuridão, o que mais assusta. Nós nos perguntamos:"Quem sou eu para ser brilhante, interessante, talentoso e fabuloso?" Na verdade, quem é você para não ser? Você é filho de Deus. Você fazendo papel pequeno não serve para o mundo. Não há nada de iluminado em se encolher de forma que as outras pessoas não lhe sintam. Nós nascemos para manifestar a glória de Deus que está dentro de nós. E não está em só alguns de nós, está em todo mundo. E, quando deixamos a própria luz brilhar, inconscientemente, damos aos outros a permissão para fazerem o mesmo. Quando nos libertamos dos nossos medos, nossa presença automaticamente liberta os outros". (Nelson Mandela, líder sul-africano)

Lendo esta mensagem de Nelson Mandela comecei a lembrar de pessoas que se encaixam perfeitamente nesse quadro. Que não tentam, não se arriscam nem, tampouco, vencem seus medos e limitações. São criaturas que vivem à sombra, temendo a claridade. São os que vivem aprisionados em si mesmos. À primeira vista pensamos se tratar de alguém com um profundo complexo de inferioridade. Não discuto. Mas ao analisarmos mais atentamente, percebemos nesses indivíduos possuem também uma boa dose de orgulho. Por que temem críticas? Por que temem não ser bons o bastante? Temem não alcançar suas idealizações. Somos assim, idealizamos situações, acontecimentos e nos sentimos paralisados ante a possibilidade de que não saia como imaginávamos. Algumas pessoas se arriscam, outras escolhem o anonimato.
Ao se arriscar o indivíduo está exposto a conseguir ou não, ou seja, pode sair vitorioso ou apenas mais experiente. De qualquer forma, se estiver de bem consigo mesmo, não se sentirá um perdedor. O outro, o que teme a vida, sente medo da vitória mais do que da derrota. Como se acha um perdedor, não espera chegar ao fim do caminho, mas se conseguir o que almeja, desnorteado não saberá o que fazer. É isso que o amedronta. E se eu ganhar hoje e, ineficiente, perder tudo amanhã? Ao mesmo tempo, muitas das vezes nota-se lado a lado com o complexo de inferioridade o de superioridade, porque aquele que não caminha tem tempo de criticar o que anda e o faz com maestria. Diz como deveria ser ou fazer e justifica que se tivesse condições "faria e acontecia", mas como não pode...
É, em muitas das vezes, exigente e perfeccionista. Não consegue ouvir um não e se melindra em qualquer discussão que não lhe seja favorável.
Percebe-se, então, que o maior medo é perder, é ter contato com o outro e não agradar. É não se manter no posto que criou pra si.
Faz suposições e se resguarda daquilo que, costumeiramente, chama de decepção e que deveria ser chamado de construção.
E você o que acha? Deixe seu comentário, vamos expandir essa reflexão.




terça-feira, 9 de junho de 2009

Pseudo-Sábios

Uma pessoa muito querida pediu para que eu comentasse o fato dos jovens desdenharem das ideias e angústias dos mais velhos. Achei esse tema bem interessante porque realmente ainda se vê uma desvalorização dos ideais do indivíduo que alcançou e/ou ultrapassou a casa dos cinquenta anos. Porém, antes de escrever sobre esse assunto, procurei olhar atentamente à minha volta e analisar o comportamento de forma geral e foi, sem surpresa, que enxerguei a intolerância em todos os níveis de idade. Como em todo processo de conhecimento, para entender a atualidade é necessário voltar no tempo e percorrer o caminho do desenvolvimento humano. Neste caso, é preciso olhar antes para a criança e depois para os mais velhos, traçando paralelo entre o passado e os dias atuais. Houve época em que as crianças eram excluídas das conversas adultas. Quando se aproximavam, logo alguém chamava à atenção: "vai brincar menino(a), que a conversa não é para criança!"
Os filhos beijavam a mão dos pais em sinal de respeito, de hierarquia e os avós eram vistos como fontes de sabedoria. Lembro-me de como ficávamos preocupados quando fazíamos alguma traquinagem. O primeiro pensamento era o de punição, mas nos preocupávamos com a decepção que causaríamos aos nossos pais. Rigidez e despotismos à parte, havia uma linha de conduta, um respeito aos limites. Os conselhos dos mais velhos eram sempre bem-vindos, eram respeitados porque assim nos ensinavam.
Criança não desmentia os adultos e não lhes respondia mal.
Criança entendia num olhar o que hoje os pais não conseguem falando. E contudo as crianças eram felizes. Subiam em árvore, brincavam na chuva, jogavam bola na rua... levavam palmadas, mas não ficavam traumatizadas. O colo dos avós era um aconchego. Ninguém cozinhava melhor que a vovó e era o vovô quem contava as melhores histórias. Na casa deles o quintal era um mundo mágico, encantado.
Os adolescentes eram mais responsáveis, haviam exceções, mas a maioria sabia valorizar o dinheiro, a roupa, o calçado. O jovem desde cedo aprendia a ganhar o próprio sustento. Quando adultos, não dispensavam os conselhos dos mais experientes e tinham na família um farol a guiar seus passos e lhes dar segurança.
Mas era inevitável que o progresso chegasse com suas máquinas, sua produção desenfreada, suas cobranças e suas neuroses.
A família, então, começa a perseguir o conforto, mas perde em qualidade e seus componentes o referencial. Pais nervosos, ausentes,
mais agressivos...
Hoje as crianças já não podem mais levar palmadas, contudo, não conseguem ser criança também. A TV, o vídeo-game, o computador ocuparam o tempo que antes era reservado ao quintal dos avós, ao jogo com a turma. Agora os brinquedos parecem carros e bebês de verdade, as crianças não exercitam mais sua criatividade criando os próprios brinquedos. Vivem sozinhos, arredios em seus quarto e há crianças que não conhecem pique-esconde, amarelinha e brincadeiras de roda... não sabe rodar pião nem jogar bolinha de gude.
Quando a avó cantarola uma canção de sua infância, filhos e netos riem achando a musiquinha muito "maluca". Se fala de suas atividades infantis, normalmente escuta: "ô mãe (pai), isso foi no seu tempo..." e a criança ou o jovem que escuta, acredita.
Acredita que o passado é "démodé", inexpressivo e que a verdade é atual, moderna. Não é uma questão de saudosismo, mas de bom senso: uma criança que vê os pais ridicularizarem o passado, falar com desdém dos mais velhos, chamando-os de caducos, esclerosados etc., terão uma noção deturpada dos valores éticos e morais.
Da mesma forma, os adolescentes que hoje dependem integralmente (com raras exceções), de seus pais, que não precisam se esforçar para obter ganhos, que desconhecem os limites e se vêem obrigados a cumprir tarefas, não irão respeitar autoridade, treinados que são para serem ditadores.
É compreensível - não disse aceitável - que esses jovens não consigam tolerar a experiência dos mais velhos. Não conseguem aceitar por viverem, sem controle, num mundo altamente tecnológico, que descredenciou todo aquele que esteja fora dos padrões capitalistas, apagando dos arquivos da mente o fato de que os indivíduos com mais de cinquenta anos trazem consigo uma valiosa bagagem de idéias e realizações, acrescido do peso de seus esforços, lutas e experiências.
Acreditam que sabem tudo por cursarem uma universidade do século XXI, estar ligados todo o tempo na Internet e dominarem as tecnologias. Pseudo-sábios perdem a grande oportunidade de ouvir a voz de quem viveu mais, de expandir seus conhecimentos.
Não sou pessimista e tampouco desejo desvalorizar a nova geração. Ao contrário, acredito nos jovens e no seu poder de conquista, além do que, somos nós os responsáveis por esse tortuoso caminho da rejeição. Fala-se muito em criar filhos para o mundo esquecendo que também
estamos nessa jornada.
Abaixamos, muitas vezes, nossa cabeça e nossa dignidade diante da inexperiência e permitimos a ridicularização de nossos conhecimentos. Somos responsáveis sim por esse desencontro, quando premidos pelo autoritarismo de nossos pais, educamos nossos filhos na liberdade excessiva sem dar a eles base para educarem nossos netos ou quando os levamos a agir com ineficiência com seus filhos a partir da nossa própria intolerância para com eles.
Dessa forma, não basta repensar a relação pais e filhos, é importante que cada um reveja sua posição diante da vida, procurando valorizar suas próprias qualidades, acreditando nelas e agindo de conformidade com elas. Ninguém, jovem ou adulto, precisa seguir o que o outro diz ou pensa, mas é importante que tenhamos respeito por quem já vivenciou muitas das coisas pelas quais teremos que passar. É o mínimo que se espera de uma sociedade que quer ser chamada de civilizada.

Selo Senhora Persona - Gostou? Leve-me com você.

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