Projeto 365 Fotos

Estou iniciando hoje, 01/01/2013, o Projeto 365 fotos.

Todos os dias publicarei uma foto e farei um breve comentário. Será a visão de uma amadora que ama fotografar e significar. Espero que gostem e acompanhem esse ano de magia e imagens, contribuindo com seu importante e bem-vindo comentário.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Encontros...

Hoje fui ao velório de um tio muito querido. Pela primeira vez, em uma situação como essa, não vi toda a família reunida e percebi o quanto essa família envelheceu. Tios e tias que enviaram seus representantes porque não podiam mais viajar, estão adoentados. Pessoas que não se cumprimentaram porque não se conheciam: fazem parte de uma geração que não se vê, não telefona... perdeu o contato.Nossas vidas se tornam reféns do corre-corre, da dificuldade em controlar o tempo e se fazer dono dele. Os mais velhos lastimam essa distância e os mais novos parecem alheios a esse desligamento. São outras vidas, outros rumos. A família original vai pouco a pouco se diluindo para dar lugar a outros núcleos familiares, a outro processo de composição e decomposição.
Alguém dirá que é muito triste essa perda de raízes, mas a dinâmica da vida abre e fecha portas a todo instante, separa e reaproxima para, mais tarde, tornar a separar. É como se a morte de um dos pais rompesse a tênue linha de união familiar. Há um acordo tácito de se amparar a o que ficou, porém tão logo este também se vai poucos conseguem se reagrupar.
A cada velório os reencontros se tornam escassos. Falo de velórios porque as festas há muito deixou de ser ponto de encontro da "velha guarda". Aniversários de filhos são feitos em buffets e como convidados os amiguinhos. Os jovens preferem as baladas e os adultos vão para restaurantes ou barzinhos. Sobrou os velórios... juntando a velha e a nova geração num mesmo espaço, sem contudo servir de consolo, de solidariedade, porque nem mesmo nesse instante de dor deixamos de ter pressa, de  priorizar compromissos, de nos sentir à margem da família já que o número de conhecidos diminui a cada evento. É como se o morto não fosse mais nosso, se a dor não fosse mais nossa, apenas mais uma obrigação social que vamos cumprindo até que a morte nos separe.

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